As idas ao supermercado são quase como as idas ao cabeleireiro, pois estão repletas de situações que quase podiam ser o ponto de partida para estudos de investigação sociológica de grande monta... naturalmente que não é esse, de todo, o meu propósito.
Estava eu a aguardar serenamente na fila para poder pagar as minhas compras e o casal que se encontrava imediatamente a mim, iniciava uma conversa, ou melhor, uma conversinha muito fofinha e preocupadinha...
- Então, estás cansadinho?
- Sim, um bocadinho.
- E já estás com fominha?
- Sim, já estou com um ratinho.
- Deixa lá, amorzinho... vou fazer um almocinho rapidinho.
- Pois, temos aqui as coisinhas.
- Vou fazer batatinhas com peixinho (por momentos, pensei que fosse chichinha. Sim, nesta fase eu já arriscava adivinhar...).
- Levas aí frutinha?
- Sim, duas bananinhas e duas laranjinhas... não trouxe uma manguinha pois achei que não estava madurinha.
Bom, chegou a minha vez de ser atendida... paguei as minhas comprinhas, entrei no meu carrinho e lá fui à minha vidinha, com o coração cheinho de ternurinha e a cabeça enfadadinha com conversas miudinhas, de gente adultinha e tão infantilinha...