Assinalou-se ontem o Dia Mundial da Alfabetização e a propósito da efeméride, muitas considerações se teceram acerca do valor e papel da formação na vida e do consequente sucesso que a literacia pode trazer às pessoas.
Pois bem, nesta linha de pensamento, assisti a uma curta peça de jornalismo, em que se entrevistava um senhor e o mesmo se lamentava por não ter feito mais do que a terceira classe e isso, apenas lhe valeu o saber desenhar toscamente as letras do seu nome e um rebanho de ovelhas, pois se tivesse mais estudos teria um emprego melhor, dizia ele com uma aparente certeza na voz... O senhor é pastor!
Fiquei a pensar nas palavras deste pastor... Teria um emprego melhor... Será que teria? Pergunto. Cada vez mais me convenço, ingenuamente talvez, que os empregos melhores não são aqueles em que se ganha muito dinheiro, que se tem um estatuto social de relevo, uma casa tecnologicamente confortável e um automóvel capaz de "fazer parar o trânsito" conduzido por alguém que não consegue parar um bocadinho no tempo que não tem.
Acredito que aquele pastor será muito mais feliz do que muitos letrados carregados de cursos, pós graduações, mestrados, doutoramentos e MBA. Acredito que aquele pastor terá a tranquilidade, paciência e tolerância necessárias para não se atropelar nos seus pensamentos. Acredito que aquele pastor viva muito mais. Acredito que aquele pastor, viva muito melhor e... Acredito que talvez não saiba disso!