Cada vez que vou à secção de peixe de um hipermercado... daquela cadeia com nome começado por C a terminar com E e que rima com "rende", deparo-me frequentemente com a mesma conversa da senhora que vende o peixe, não lhe posso chamar de "peixeira" pois, seria uma denominação demasiado honrosa para tal funcionária.
Essa senhora nunca está no seu posto de trabalho, tenho que esperar sempre uns bons, largos, larguíssimos minutos até se dignar fazer a sua aparição. Escolho o peixe, daquele que tem de ser arranjado.. e não é que escolho sempre peixe impróprio para consumo... Oiço sempre a mesma lengalenga: esse peixe não está em condições, não é fresco, é melhor não levar. Leve daquele!
Pois, "daquele" que não precisa de ser arranjado!
A primeira vez que ouvimos isto, pensamos que a funcionária foi simpática e cuidadosa e ainda lhe agradecemos o zelo. Na segunda vez, começamos a desconfiar da qualidade do peixe. Na terceira vez, pomos diretamente em causa a qualidade do peixe e clamamos por alguém responsável pelo controlo de qualidade... Nunca há ninguém! Nunca está! E não compramos peixe... Na quarta vez, a mesma lengalenga e a quase certeza de que aquilo que se passa nada tem a ver com o peixe, mas sim com a preguiça inata e adquirida daquela funcionária que deve fazer umas sestas entre o atendimento a clientes... Provavelmente, com um polvo a servir-lhe de almofada... Se assim for a sesta, então à preguiça junta-se a podridão do peixe!
É tudo uns questão de P's... Preguiça, peixe, podre!