terça-feira, 19 de novembro de 2013

A aguardar... pacatamente! (parte I)

Sou por norma uma pessoa discreta no trato social.
Sou por norma uma pessoa de trato fácil.
Sou por norma uma pessoa reservada, no primeiro contacto com o outro.
Sou por norma uma pessoa que gosta de passar despercebida, no meio de grupos ou multidões descaracterizadas.
Por ser tudo isto e muito mais, quem comigo priva em contexto profissionais, fica quase sempre com a ideia de que não tenho grande coisa a dar, a partilhar, a dizer e como tal, estou habituada a que, direta ou indiretamente subestimem a minha presença. Contudo, e sem falsas modéstias reconheço que o meu contributo profissional revela-se pertinente, útil e moderadamente enriquecedor.
Ora, não é meu intento fazer aqui um discurso narcisista ou presunçoso, apenas quero partilhar um momento de vida profissional. 
Assim, quando se trabalha com profissionais bem mais velhos que nós, há uma tendência quase inata, para se considerar o mais novo como o elo mais fraco de toda uma cadeia que visa fins comuns.
Ultimamente, tenho sentido esse desconforto na pele, trabalho com pessoas mais velhas que têm uma carreira profissional de duas ou três décadas (a minha ainda não chega a duas e ainda por cima, laboralmente precária), o conhecimento que tenho deles é parco (cerca de dois meses) e as situações de contacto direto têm sido pontuais. Face a tais constrangimentos, até um simples bom dia ou boa tarde que me é dirigido, é em alguns muitos casos, involuntário, arrisco mesmo forçado.
Contudo, e de uma forma pouco gradual, observo com alguma satisfação e ego fortalecido, uma aproximação profissional que, aparentemente parecia quase irrealizável nos tempos mais próximos... Será coincidência? Será o curso natural dos acontecimentos? Será intencional? Ou será apenas e tão só um meio para a obtenção de um fim? 
Creio que já tenho um esboço explicativo, para os estados de alma daquelas almas que comigo partilham espaços e tempos, mas como não gosto de defender crenças pouco alicerçadas, aguardo pacatamente as cenas dos próximos capítulos... Aguardem comigo! 

14 comentários:

  1. Identifiquei-me com as tuas palavras, também eu sou uma pessoa bastante discreta que não deixa de reconhecer o seu valor como pessoa/profissional. Não sou alardear o que sei, de me achar a dona da razão ou querer impor o meu ponto de vista. Talvez por isso nos locais onde trabalhei soube-me muito bem ver o entrosamento a acontecer a pouco e pouco, e sentir que quem comigo trabalha me reconhece o valor.
    Fico a aguardar que se sinta o mesmo por aí.

    Beijos

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  2. Estou aposentada, mas compreendo a sua situação, porque as primeiras impressões que deixo não correspondem depois, porque começam a apreciar-me e a ver que , afinal, não sou tão dura, embora jamais deixe de dizer o que penso ,rrss

    Aguardemos, então

    Tudo de bom

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  3. Identifico-me um pouco com o teu perfil,
    Quando estava no activo senti o que sentes, mas, depois consegui sobressair-me pelo lado profissional e por mostrar o meu verdadeiro carácter.

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  4. Também sou um pouco assim e demoro o meu tempo a perceber as dinâmicas dos outros e de que forma me posso encaixar nelas, de definir o meu espaço.
    Salvo as excepções - que infelizmente também acontecem - normalmente os bons profissionais acabam por ser reconhecidos e a estar bem integrados :)

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  5. Infelizmente em maior parte dos casos, o mundo profissional é um mundo cão.
    Sei do que falas, entendo bem o teu sentimento... mas só te posso dizer isto: nunca tires conclusões precipitadas nem nunca generalizes um sentimento ou apreciação. É que, felizmente ou infelizmente, nem todos se medem pelo mesmo diapasão.


    Beijinhos serenos
    (^^)

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  6. A ideia é não perderes muito tempo a importares-te com isso....faz o que te compete e prova que a idade não importa quando se é um bom trabalhador.
    Beijinho

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  7. É complicado. Nunca sabemos quais são as frustrações dos outros...

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  8. Aguado contigo então o desenrolar dos acontecimentos :)
    Bj S

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  9. As relações laborais são por vezes difíceis. Eu tenho uma experiência recente, com jovens (mulheres) em febre de ascensão laranja, que me deixou bastante maltratado. Gente com o rei na barriga, para quem a experiência e sabedoria dos mais velhos é descartável. Quando eu era jovem gostava de aprender com os mais velhos, mas nessa altura as Jotinhas anda não eram fábricas de pedantismo.

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  10. Oh como te entendo, mas vamos esperar para ver o que vem daí.

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  11. Penso que no início é sempre um período de adaptação, em que se avalia como será a nova colega e a nova colega avalia os que já lá trabalham.
    Daqui a uns tempos já estão todos perfeitamente integrados e deixa de haver essa "nuvem" no ar :)

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  12. Aguardemos, então!
    Mas...só merece respeito, quem se dá a este.

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  13. Boa sorte* Ficamos a torcer por ti, mmm's.

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