quinta-feira, 2 de maio de 2013

A (in)sustentável dureza da dor

 
Aqui há uns tempos andei empenhada em curar as minhas dores na coluna, pois achava que não tinha qualidade de vida com uma maleita latente e persistente. Inicialmente, pensei que isto de estar três horas por dia, alapada ao volante de um automóvel e outras tantas (também alapada), frente ao computador, não podia mesmo fazer bem à coluna. Como não podia evitar esta fatalidade, o melhor mesmo era ir ao médico...e fui...e vim de lá carregada de papéis (leia-se exames de diagnóstico), e com uma grande "fézada" na cura da maleita. Mas a coisa não correu como esperava!
 
Na verdade tinha um problema (deveras estranho para mim), na coluna vertebral - "tens a coluna vertebral demasiado direita", palavras do médico, depois de lhe pedir uma explicação mais parca em termos técnicos. A minha reação imediata não poderia ser outra senão de espanto, gargalhada e comentário: "mas isso não é bom?"
Pelos vistos não é lá grande coisa, tendo em conta a explicação primeiro muito elaborada e depois traduzida para linguagem de senso comum do experiente médico.
Desta vez, não vim muito esperançada na cura, apesar do médico me mandar ir à botica comprar uns drunfos. Fui... tomei os drunfos...e confirmou-se a minha fraca esperança!
Continuo com a maleita, continuo alapada no automóvel e menos alapada frente ao computador. Quando me perguntam se estou melhor das costas, dou comigo a responder: já me habituei a (con)viver com a dor! E dou comigo a pensar, também, que este tipo de resposta pode ser sinónimo de envelhecimento e da resignação que o acompanha... ou pode ser culpa do automóvel, deve ser, porque quero muito que seja!
 
   

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