quarta-feira, 23 de abril de 2014

Cerra-livros


Todos os dias são dias de lições,  todos os dias são dias de luxos, todos os dias são dias de liberdade, todos os dias são dias de luta, hoje é o dia de tudo isto, o dia mundial do livro.
Num dia dedicado aos livros, poderia fazer aqui uma elencagem de todos aqueles que li, que não li, que não quero ler, que gostava de ler, mas isso seria demasiado exaustivo e arrisco, cansativo. Não o fazendo corro também o risco de ser redutora nas minhas escolhas, contudo assumo esse risco e responsabilizo essas escolhas por um pouco do que sou...
O Principezinho, Antoine de Saint-Exupery, foi o primeiro livro que li desde que me conheço, confesso que foram as ilustrações que inicialmente me cativaram, mas à medida que fui lendo descobri, na minha até então ingenuidade,  que o mundo não era perfeito mas ainda assim, podíamos sempre melhorá-lo um bocadinho desde que com amor e amizade.Um livro que marca pela intemporalidade da sua mensagem, em que os valores humanos se  fazem vincar. Em que o essencial não está á vista mas sim naquilo que é invisível e está algures escondido no íntimo de cada um de nós. 
A Metamorfose, F. Kafka... Um livro desconcertante que marcou a minha incursão pelos trilhos sinuosos e às vezes amargos da Filosofia, em particular da filosofia existencialista. Um constante questionamento sobre a nossa condição humana e a mutabilidade que a caracteriza. Após a leitura deste livro só uma certeza me assiste: a de que a mutabilidade humana mais não é do que a nossa idiossincrasia. Uma mudança individual conduz, inevitavelmente a mudanças que podem ser coletivas em menor ou menor escala. 
Capitães da Areia, Jorge Amado, um livro lido lá para os anos noventa e tal, num início de atividade profissional.  Provavelmente, deveria tê-lo lido antes... mas julgo que ainda o li em boa altura! Um livro que  retrata uma parte da realidade dos jovens, aqueles com que diariamente nos cruzamos, nas ruas, nas escolas, na vida... Aqueles que são oriundos de famílias destruturadas que encontram por aí um escape para as suas frustações, ansiedades, rebeldias, libertinagem,  problemas familiares, paixões adolescentes desenfreadas... carências que violentamente escondem por detrás de uma máscara de ferro. Mas, para muitos deles basta-lhes um sorriso, um elogio, uma atenção... numa palavra, valor e desprende-se a máscara com a mesma violência, com que era diária e estoicamente defendida. Um livro que me ensinou a acreditar que há sempre esperança, mesmo que todos me digam que não o devo pensar...
E hoje são estes os livros que arrumo no meu cerra-livros... Onde cabem também os vossos! 

13 comentários:

  1. Belo Testemunho! Os livros são mágicos e também nos transformam!

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  2. Ontem, hoje e amanhã: O Principezinho:)

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  3. LI todos, confirmo tudo...cada um à sua maneira marcaram fases da minha vida...o Principezinho continua a marcar-me!!!
    Bjs
    Maria

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  4. Posso avalizar as suas escolhas, porque os li todos e de todos gostei. Assinalei o dia nos meus blogs noutra perspectiva: as casas dos livros. Espero que esses títulos lá estejam.

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  5. Esses livros são verdadeiramente inspiradores :)
    Beijinhos

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  6. gostei muito desta pequena descrição dos 3 livros mais marcantes, só li o 1º falta os outros!

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  7. Tb li esses três.

    Gosto de conceito de "cativar"... vamos, pois, continuar a cativar...

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  8. Comecei com Os Cinco porque a minha irmã mais velha os estava a ler, passei para Os Sete, As Gémeas, O Colégio das Quatro Torres, os livros da colecção azul da minha mãe e partir tudo o que apanhei :)

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  9. Os livros mais marcantes merecem sempre um canto especial.

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  10. Mestres, companheiros, amigos, assim os considero.

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